quinta-feira, janeiro 10, 2008



Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia. Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia. Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria. Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia. Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia e na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria. Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia. Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.

Ary dos Santos

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